quarta-feira, dezembro 25, 2024
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Inflação acelera para 0,46% em maio, impulsionada por alta dos alimentos

A inflação do país foi de 0,46% em maio, acelerando em relação ao mês anterior
(0,38%). Esse resultado foi pressionado pelos preços dos alimentos e bebidas,
que subiram 0,62% na comparação com abril, influenciados, sobretudo, pela alta
dos tubérculos, raízes e legumes (6,33%). Dentre eles, destaca-se a
batata-inglesa, com aumento de 20,61%, o maior impacto individual sobre o índice
geral.

No ano, a inflação acumulada é de 2,27% e, nos últimos 12 meses, de 3,93%. Os
dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado
hoje (11) pelo IBGE.

O gerente da pesquisa, André Almeida, observa que a mudança das safras é um dos
fatores relacionados ao aumento do tubérculo. “Em maio, com a safra das águas na
reta final e um início mais devagar da safra das secas, a oferta da batata ficou
reduzida. Além disso, parte da produção foi afetada pelas fortes chuvas que
atingiram o Rio Grande do Sul, que é uma das principais regiões produtoras”,
diz.

Além da batata-inglesa, outros alimentos com grande presença na mesa dos
brasileiros também subiram em maio, com destaque para a cebola (7,94%), o leite
longa vida (5,36%) e o café moído (3,42%). “O leite está em período de
entressafra e houve queda nas importações. Essa combinação resultou em uma menor
oferta. Em relação ao café, os preços das duas espécies têm subido no mercado
internacional, o que explica o resultado de maio”, destaca o pesquisador.

Mesmo com essas altas, o preço da alimentação no domicílio (0,66%) desacelerou
ante abril (0,81%). Esse comportamento é explicado pelas variações negativas de
alguns alimentos, como as frutas (-2,73%). “O principal alimento com queda em
maio foram as bananas: a maior oferta da banana d’água pressionou os preços da
prata, e as duas baixaram. Isso ajudou a segurar o aumento da alimentação no
domicílio”, analisa André.

Por outro lado, os preços da alimentação fora do domicílio (0,50%) subiram mais
do que no mês anterior (0,39%), influenciados pela aceleração do lanche (de
0,44% para 0,78%). Já a variação da refeição (0,36%) ficou próxima à registrada
em abril (0,34%).

Depois de alimentação e bebidas, o grupo que mais influenciou o resultado geral
foi o de habitação (0,67%), com a alta da energia elétrica residencial (0,94%),
o terceiro item de maior impacto individual sobre o resultado geral. O resultado
é explicado pela aplicação dos reajustes tarifários em Salvador (BA), Belo
Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Recife (PE), Fortaleza (CE) e Aracaju (SE). A
taxa de água e esgoto (1,62%) e o gás encanado (0,30%) também contribuíram para
a alta do grupo.

Já a variação de saúde e cuidados pessoais (0,69%) foi a maior entre os nove
grupos investigados pela pesquisa. O resultado foi influenciado pelo aumento nos
preços do plano de saúde (0,77%) e dos itens de higiene pessoal (1,04%), com
destaque para perfume (2,59%) e produto para pele (2,26%). “Maio é marcado pelo
Dia das Mães, que colaborou para o aumento de preços dos perfumes, artigos de
maquiagem e produtos para pele”, avalia o gerente.

No grupo dos transportes (0,44%), a passagem aérea registrou a primeira alta do
ano (5,91%) e foi o quarto item individual de maior impacto na inflação do país.
Em abril, a deflação desse item foi de 12,09%. Além dele, em maio, houve alta
nos combustíveis (0,45%), impactada pelo etanol (0,53%), pelo óleo diesel
(0,51%) e pela gasolina (0,45%). Também subiram os preços do metrô (1,21%) e do
táxi (0,55%).

Inflação chega a 0,87% em Porto Alegre

Diante da tragédia ambiental que atingiu o Rio Grande do Sul desde o fim de
abril, Porto Alegre foi a área de abrangência investigada pela pesquisa com
maior variação do IPCA em maio. “A situação de calamidade acabou afetando a alta
dos preços de alguns produtos e serviços. Em maio, as principais altas foram da
batata-inglesa (23,94%), do gás de botijão (7,39%) e da gasolina (1,80%)”,
destaca André.

Dos 16 locais pesquisados, apenas Goiânia (-0,06%) teve deflação. Esse resultado
foi relacionado ao recuo de preços da gasolina (-3,61%) e do etanol (-6,57%) no
município.

INPC tem alta de 0,46% em maio

A alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi de 0,46% em maio,
também acelerando em relação ao resultado anterior (0,37%). O resultado foi
impactado pelos produtos alimentícios, que subiram 0,64% em maio, após a alta de
0,57% em abril. Já os preços dos não alimentícios variaram 0,40%, acima do
registrado no mês anterior (0,31%).

“Em maio, o resultado do INPC foi igual ao do IPCA, e o comportamento dos grupos
foi bem próximo. O de alimentos teve mais impactopor conta do peso
maior desse grupo dentro do orçamento das famílias de mais baixa renda”, destaca
André. O índice geral acumula aumento de 2,42% no ano e de 3,34% nos últimos 12
meses.

Entre as áreas de abrangência da pesquisa, a maior variação também ocorreu em
Porto Alegre (0,95%), vinculada, assim como no caso do IPCA, às altas da
batata-inglesa (23,94%), do gás de botijão (7,39%) e da gasolina (1,80%).

Coleta do IPCA/INPC no Rio Grande do Sul

Em razão da situação de calamidade pública na região metropolitana de Porto
Alegre, área de abrangência da pesquisa, a coleta de preços na modalidade remota
foi intensificada, permanecendo, também, a coleta em modo presencial quando
possível. O percentual coletado na modalidade remota, por telefone ou pela
internet, que estava em torno de 20%, passou para aproximadamente 65% em
decorrência da situação extraordinária observada em maio.

Para o cálculo do IPCA/INPC, os preços foram coletados no período de 1º de maio
a 29 de maio de 2024 (período de referência) e comparados com aqueles vigentes
de 29 de março a 30 de abril de 2024 (base). As informações apropriadas no
IPCA/INPC de maio foram validadas com base nas metodologias de cálculo, crítica
e imputação de preços vigentes no Sistema Nacional de Índices de Preços ao
Consumidor (SNIPC).

Nem todos os subitens puderam ser coletados por telefone ou pela internet, como
foi o caso de alguns subitens do item “hortaliças e verduras”. Nos casos de
ausência de preços foi realizada a imputação dos dados, procedimento previsto e
descrito na publicação “Sistema nacional de índices de preços ao consumidor:
Métodos de cálculo – 8ª edição, disponível em liv101767.pdf”.
No caso do subitem “pedágio”, não foram consideradas no cálculo as praças em que
a cobrança foi suspensa durante todo o período de referência da pesquisa.
Aquelas em que houve cobrança de tarifa durante alguns dias do mês de referência
foram apropriadas com pro rata, ou seja, distribuídos proporcionalmente pelo
período de referência, no cálculo da inflação do subitem.

A Política de Revisão de Dados Divulgados das Operações Estatísticas do IBGE
estabelece que os índices de preços utilizados como indexadores de inflação na
correção monetária de contratos públicos e privados não são revisados, para
garantir a segurança jurídica dos contratos. Neste contexto estão incluídos os
dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, do Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, do Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo-15 – IPCA-15 e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial –
IPCA-E. Acesse aqui o documento “Política de Revisão de Dados Divulgados das
Operações Estatísticas do IBGE”.Mais sobre as pesquisas

O IPCA abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, enquanto
o INPC, as famílias com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos, residentes nas
regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte,
Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito
Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e
Aracaju. Acesse os dados no Sidra.O próximo resultado do IPCA,
referente a junho, será divulgado em 10 de julho.

Fonte: http://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/40341-inflacao-acelera-para-0-46-em-maio-impulsionada-por-alta-dos-alimentos.html

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