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Empresas formadas apenas por sócios e proprietários eram maioria e pagavam menores salários em 2022

Em 2022, as empresas sem pessoas assalariadas, ou seja, formadas apenas por
sócios e proprietários em 31 de dezembro, representavam 69,6% (6,6 milhões) do
total de 9,4 milhões de empresas e outras organizações formais ativas. Ao final
daquele ano, elas empregavam 13,5% do total de 63,0 milhões de pessoas ocupadas.
Ademais, pagaram ao longo do ano R$ 8,6 bilhões em salários, 0,4% do total de R$
2,3 trilhões, registrando um salário médio mensal de R$ 2.454,36, ou 2,0
salários mínimos.

Por outro lado, havia 2,9 milhões de empresas e outras organizações com pessoas
assalariadas, 30,4% do total. Essas empresas, em 31 de dezembro, empregavam
86,5% do pessoal ocupado total e 32,6% dos sócios e proprietários. Além disso,
pagaram 99,6% dos salários e atingiram um salário médio de R$ 3.548,12, ou 2,9
salários mínimos.

Essas informações estão nas Estatísticas do Cadastro Central de Empresas
(CEMPRE) referentes ao ano de 2022, divulgadas hoje (20) pelo IBGE. O CEMPRE
reúne dados de empresas e outras organizações (com natureza jurídica de
administração pública e entidades sem fins lucrativos) formalmente constituídas
no país. Nesta edição, devido a mudanças metodológicas relacionadas às fontes de
informações, houve uma quebra de série na pesquisa, de modo que os resultados
não são comparáveis aos anos anteriores.

Setor de eletricidade e gás pagava os maiores salários médios

O salário médio mensal, em 2022, foi R$ 3.542,19. Entre as atividades
econômicas, os maiores valores foram pagos pelo setor de Eletricidade e gás (R$
8.312,01), seguido por Atividades financeiras, de seguros e serviços
relacionados (R$ 8.039,19) e Organismos internacionais e outras instituições
extraterritoriais (R$ 6.851,77).

“Apesar de tais atividades pagarem salários médios mensais mais elevados,
ocuparam, juntas, 1,3 milhão de pessoas, ou seja, somente 2,6% do pessoal
ocupado assalariado”, destaca o analista da pesquisa, Eliseu Oliveira.

Os menores salários médios mensais foram pagos por Alojamento e alimentação (R$
1.769,54), Atividades administrativas e serviços complementares (R$ 2.108,28) e
Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (R$ 2.389,15).

“Essas atividades que pagaram salários médios mensais menores, absorveram juntas
cerca de 7,6 milhões de pessoas, ou seja, 15,2% do pessoal ocupado assalariado”,
pontua.

Seções da CNAE Salário médio mensal (R$) Pessoal ocupado em 31.12 (%) A –
Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aqüicultura 2.389,15 1,8 B –
Indústrias extrativas 6.397,66 0,4 C – Indústrias de transformação 3.611,88 14,0
D – Eletricidade e gás 8.312,01 0,3 E – Água, esgoto, atividades de gestão de
resíduos e descontaminação 3.783,31 0,8 F – Construção 2.842,58 4,7 G –
Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas 2.437,48 21,0 H –
Transporte, armazenagem e correio 3.339,91 4,7 I – Alojamento e alimentação
1.769,54 4,0 J – Informação e comunicação 6.266,42 2,6 K – Atividades
financeiras, de seguros e serviços relacionados 8.039,19 2,6 L – Atividades
imobiliárias 2.918,91 1,1 M – Atividades profissionais, científicas e técnicas
3.995,28 3,9 N – Atividades administrativas e serviços complementares 2.108,28
9,7 O – Administração pública, defesa e seguridade social 5.080,94 12,5 P –
Educação 4.229,79 6,1 Q – Saúde humana e serviços sociais 3.252,54 6,8 R –
Artes, cultura, esporte e recreação 2.729,67 0,8 S – Outras atividades de
serviços 2.426,97 2,3 U – Organismos internacionais e outras instituições
extraterritoriais 6.851,77 0,0 Total Geral 3.542,19 100,0

Entre as atividades econômicas, o setor de Comércio, reparação de veículos
automotores e motocicletas registrou as maiores participações em três das quatro
variáveis analisadas: número de empresas e outras organizações (29,1%), pessoal
ocupado total (21,0%) e pessoal ocupado assalariado (19,0%), enquanto, em
salários e outras remunerações, ficou na terceira colocação (13,0%).

Já Indústrias de transformação ocuparam a segunda colocação em pessoal ocupado
total (14,0%), salários e outras remunerações (16,4%) e pessoal assalariado
(15,8%).

“Administração pública, defesa e seguridade social ocupou a terceira colocação
em pessoal assalariado, com 15,7%, e foi a primeira em salários e outras
remunerações, com 23,3%. É possível observar que essa atividade tem um
quantitativo pequeno de empresas e outras organizações, com apenas 0,5%, mas
paga o maior quantitativo de massa salarial”, relata o analista do IBGE.

Atividades administrativas e serviços complementares ficou na segunda posição em
número de empresas (9,8%) e na quarta posição em pessoal ocupado total (9,7%) e
pessoal ocupado assalariado (10,4%).

Em 2022, salário médio dos homens era 17,0% maior do que o das mulheres

No recorte por sexo, observa-se que o pessoal ocupado assalariado nas empresas
era composto por 54,7% de homens e 45,3% de mulheres. Em termos salariais,
enquanto eles receberam R$ 3.791,58 de salário médio mensal, elas receberam R$
3.241,18, ou seja, os homens receberam um salário 17,0% maior.

“Sob outra perspectiva, ainda destacando essa diferença observada nos salários
quando se analisa o sexo, é possível dizer que as mulheres receberam, em média,
o equivalente a 85,5% do salário médio mensal dos homens”, diz Eliseu.

Já em termos de ocupação por setores, os homens tiveram as maiores participações
em Construção (87,6%), Indústrias extrativas (84,2%) e Transporte, armazenagem e
correios (81,7%), enquanto as mulheres foram maioria nas ocupações de Saúde
humana e serviços sociais (74,8%), Educação (67,3%) e Alojamento e alimentação
(57,2%).

Média salarial das pessoas com nível superior é quase três vezes maior quando
comparada com as sem nível superior

Em análise por escolaridade, verificou-se que 76,6% do pessoal ocupado
assalariado não tinha nível superior e 23,4%, tinha. O pessoal ocupado
assalariado sem nível superior recebeu, em média, R$ 2.441,16 e o com ensino
superior, R$ 7.094,17, aproximadamente três vezes mais.

“Sob outra ótica, é possível avaliar que o pessoal ocupado assalariado sem nível
superior recebeu, em média, 2,0 salários mínimos, ao passo que o pessoal com
nível superior, 5,9 salários mínimos”, complementa o pesquisador.

Apenas duas atividades apresentaram maior participação de pessoas com nível
superior: Educação (64,3%) e Atividades financeiras, de seguros e serviços
relacionados (60,6%), Administração pública, defesa e seguridade social (47,4%)
completa o ranking dos três setores que mais ocupam pessoas com essa
escolaridade.

Já para os ocupados sem nível superior, os setores que mais ocupam são
Alojamento e alimentação (96,1%), Agricultura, pecuária, produção florestal e
aquicultura (94,1%) e Construção (92,6%).

Três a cada quatro empresas com empregados em 31 de dezembro contratavam até 9
pessoas assalariadas

Em 2022 do total de empresas e outras organizações com empregados em 31 de
dezembro, 76,8% tinham de 1 a 9 pessoas assalariadas; 19,8%, 10 a 49 pessoas;
2,6%, 50 a 249 pessoas; e 0,8%, 250 pessoas ou mais.

“Apesar do predomínio daquelas de menor porte na estrutura empresarial
brasileira, as empresas e outras organizações com 250 pessoas ou mais obtiveram
as maiores participações nas variáveis econômicas analisadas, com 50,1% do
pessoal ocupado total, 54,1% do pessoal ocupado assalariado e 69,3% dos salários
e outras remunerações”, pontua o analista.

Os salários médios mensais mais elevados foram pagos pelas empresas e outras
organizações com 250 pessoas ou mais, R$ 4.528,67, que é 152,6% maior que o
salário recebido por aquelas com 1 a 9 pessoas ocupadas, R$ 1.793,08.
Considerando o valor médio (R$ 3.548,12), apenas as empresas e outras
organizações com 250 pessoas ou mais pagaram salários acima desse patamar.

“Esses dados evidenciam que existe uma relação positiva entre faixa de pessoal
ocupado assalariado e salário médio mensal, ou seja, quanto maior o porte da
empresa, maior é o salário médio que ela paga”, destaca Eliseu.

Mais da metade das unidades locais do Brasil estavam localizadas na Região
Sudeste

Em termos regionais, as 9,4 milhões de empresas e outras organizações ativas no
país possuíam 10,6 milhões de unidades locais, das quais 7,4 milhões não tinham
assalariados em 31 de dezembro de 2022. A Região Sudeste foi responsável por 5,5
milhões das unidades locais do país, sendo 3,9 milhão sem empregados.

Já a Região Sul apresentou o segundo maior quantitativo de unidades locais, 2,1
milhões, o que representou 19,7% do total, sendo 1,4 milhão sem assalariados,
seguida pelas regiões Nordeste (1,7 milhão: 1,1 milhão sem assalariados), Centro
Oeste (897,3 mil: 591,4 mil sem assalariados), e Norte (495,8 mil: 341,5 mil sem
assalariados).

A Região Sudeste também concentrou o maior quantitativo de pessoal ocupado
total, 31,1 milhões (49,5%) e assalariado, 24,5 milhões (48,9%), e pagou a maior
massa de salários e outras remunerações, 1,2 trilhão (52,8%). A Região Sul
apresenta 18,1% do pessoal ocupado total (11,4 milhões), 17,5% do pessoal
assalariado (8,8 milhões) e pagou 16,9% dos salários e outras remunerações
(386,9 bilhões).

Já a Região Nordeste concentrou 17,9% do pessoal ocupado total (11,2 milhões),
18,7% dos assalariados (9,4 milhões) e 14,8% dos salários e outras remunerações
(339,3 bilhões). Por fim, as regiões Centro-oeste e Norte apresentam as menores
distribuições nas três variáveis: 8,7% e 5,7% do pessoal total, 8,8% e 6,1% do
pessoal assalariado e 9,9% e 5,6% da massa salarial, respectivamente.

Em termos de salário médio mensal, aqueles mais altos foram observados na Região
Centro-Oeste, 3,3 salários mínimos, seguida pela Região Sudeste (3,2), Sul
(2,8), Norte (2,7) e Nordeste (2,3).

Segundo as unidades da federação, o Distrito Federal apresentou o maior salário
médio mensal (4,9 salários mínimos), seguido por Amapá (3,5), São Paulo (3,4) e
Rio de Janeiro (3,3). Os menores salários foram observados na Paraíba e Alagoas
(2,2, cada).

Divulgação de 2022 do CEMPRE apresenta uma quebra na série histórica iniciada em
2007

O Cadastro Central de Empresas, historicamente, utiliza como fonte de
informação, além das pesquisas estruturais do IBGE e do Cadastro Nacional de
Pessoal Jurídica (CNPJ), os registros administrativos provenientes da Relação
Anual de Informações Sociais (RAIS) e do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (CAGED).

A partir do ano base de 2019, o CEMPRE passou a incorporar os registros
administrativos do Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais,
Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial), que vem substituindo gradativamente a
RAIS e o CAGED, segundo o cronograma de implantação estabelecido pelo então
Ministério da Economia.

“Devido ao processo de transição para o eSocial, que ainda não está concluído, e
de recentes alterações metodológicas, foi necessária a quebra de série. Cabe
destacar como principais impactos, em 2022, o aumento expressivo do número de
estabelecimentos, o aumento no número de pessoas assalariadas e a variação no
quantitativo de sócios e proprietários que não podem ser explicados apenas pela
própria dinâmica econômica”, pontua o analista.

Para maiores informações, consultar os tópicos Informações sobre a quebra de
série e Critérios para incorporação de fontes de dados na seção de Notas
técnicas da publicação.

Mais sobre a pesquisa

As Estatísticas do Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) reúnem informações
cadastrais e econômicas das empresas e outras organizações presentes no
território nacional, inscritas no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ),
da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil, e de suas respectivas
unidades locais. Na publicação constam informações como número total de empresas
e outras organizações; pessoal ocupado total; pessoal ocupado assalariado;
salários e outras remunerações e salário médio mensal. As informações são
apresentadas segundo a atividade econômica, de acordo com a Classificação
Nacional de Atividades Econômicas – CNAE 2.0; a natureza jurídica; o porte, por
faixas de pessoal ocupado assalariado; e a distribuição geográfica;
destacando-se a participação do pessoal ocupado assalariado por sexo e nível de
escolaridade, com recorte de dados até o nível territorial de municípios. A
publicação completa das Estatísticas do CEMPRE e as tabelas poder ser acessadas
pelo portal do IBGEdisponíveis e pelo Sidra.

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Fonte: http://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/40439-empresas-formadas-apenas-por-socios-e-proprietarios-eram-maioria-e-pagavam-menores-salarios-em-2022.html

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