quinta-feira, dezembro 26, 2024
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Em 2022, minério de ferro perde posição e petróleo bruto se torna o principal produto industrial do país

O IBGE divulgou, nesta quinta-feira (27), a Pesquisa Industrial Anual-Produto
(PIA-Produto) 2022, que investigou cerca de 3.400 produtos fabricados pelas 33,1
mil empresas e suas 39,8 mil unidades locais produtivas industriais. O valor
total da produção industrial brasileira em 2022 foi de R$ 6,1 trilhões, enquanto
a receita líquida de vendas foi de R$ 5,2 trilhões. Também nesta quinta, o IBGE
divulgou a Pesquisa Industrial Anual-Empresa (PIA-Empresa), cujos resultados
você pode consultar clicando aqui.

“Os resultados da pesquisa estão inseridos em um contexto de recuperação da
indústria brasileira, retomada do crescimento econômico, arrefecimento da
inflação e volatilidade dos preços internacionais” explica Synthia Santana,
gerente de análise estrutural do IBGE.

Os dez principais produtos foram responsáveis por 23,4% da receita líquida de
vendas em 2022, percentual maior que em 2021 (22,9%). Óleos brutos de petróleo,
ou petróleo bruto, que era o segundo no ano anterior, teve aumento de 1,1 pontos
percentuais (p.p.) e se tornou o líder em receita, com participação de 5,3% do
total nacional, somando R$ 274,5 bilhões. “O aumento da cotação do barril de
petróleo contribuiu para este cenário, e fez com que o produto ganhasse uma
posição no ranking”, detalha Synthia. Óleo diesel, por ser um derivado de
petróleo, também foi impactado e passou da terceira para a segunda posição,
saindo de 2,6% em 2021 para 3,9% em 2022, com receita líquida de vendas de R$
200,0 bilhões.

Minérios de ferros, que lideravam o ranking desde 2020, caíram para a 3ª
posição, com 3,1%, perdendo 2,4 p.p. na comparação com 2021. O total de receita
foi de R$ 159,6 bilhões. “A perda foi influenciada pela queda nos preços
internacionais provocada pela menor demanda chinesa, ainda impactada por
paralisações nas fábricas devido à Covid-19,” justifica a pesquisadora.

Completam o TOP10, as carnes de bovinos frescas ou refrigeradas (R$ 114,7
bilhões e 2,2% de participação); adubos ou fertilizantes com nitrogênio, fósforo
e potássio (NPK) (R$ 102,8 bilhões e 2,0%); gasolina automotiva (R$ 90,3 bilhões
e 1,7%); tortas, bagaços e farelos da extração do óleo de soja (R$ 76,1 bilhões
e 1,5%); álcool etílico (etanol) não desnaturado para fins carburantes (R$ 67,5
bilhões e 1,3%); óleos combustíveis, exceto diesel (R$ 67,0 bilhões e 1,3%); e
automóveis, com motor a gasolina, álcool ou bicombustível, de cilindrada maior
que 1.500 ou menor ou igual a 3.000 (R$ 60,6 bilhões e 1,2%).

Ampliando a lista para os 100 principais produtos em receita líquida de vendas
em 2022, os que mais ganharam posições no ranking em relação a 2021 foram
cloretos de potássio, que ganhou 71 posições, ao passar da 135ª para a 64ª
posição; gasolina automotiva formulada, com ganho de 58 posições (da 139ª para
81ª posição) e máquinas para colheita (da 92ª para 43ª). Já as maiores perdas de
posição foram de minérios de cobre e seus concentrados, que perdeu 32 posições
ao passar da 34ª para a 66ª posição; policloreto de vinila (PVC), que passou da
78ª para a 99ª posição, perdendo 21 posições; e laminados planos de material
plástico, exceto filmes (da 74ª para 95ª).

Cinco atividades somam 56,2% da receita líquida de vendas da indústria em 2022

Em 2022, o setor industrial com maior participação na receita liquida de vendas
seguiu sendo fabricação de produtos alimentícios, com 17,3%. A atividade lidera
o ranking desde 2007, quando passou a vigorar a CNAE 2.0. Somadas, as cinco
principais atividades industriais corresponderam a 56,2% da receita líquida de
vendas do setor industrial em 2022. As demais são fabricação de coque, produtos
derivados do petróleo e biocombustíveis (11,9%); fabricação produtos químicos
(11,1%); fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (8,5%) e
Metalurgia (7,4%).

Quando se expande a lista para os dez primeiros setores, a concentração é de
77,7% do valor da receita líquida de vendas, acima do registrado em 2021
(77,0%). Completam a listagem: extração de petróleo e gás natural (5,9%);
fabricação de máquinas e equipamentos (4,8%); extração de minerais metálicos
(4,2%); fabricação de produtos de borracha e de material plástico (3,4%); e
fabricação de celulose, papel e produtos de papel (3,2%).

Na comparação de 2021 com 2022, entre os aumentos, o destaque foi o acréscimo de
2,2 p.p. em fabricação de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis. Também
extração de petróleo e gás natural (1,3 p.p.) e fabricação de veículos
automotores, reboques e carrocerias (0,5 p.p.) chamaram atenção. Já no que diz
respeito às quedas, a maior foi de extração de minerais metálicos (2,7 p.p.),
seguido por metalurgia (1,1 p.p.) e fabricação de produtos de borracha e
material plástico (0,3 p.p.).

Em dez anos, participação do sudeste cai, e Centro-Oeste sobe

A PIA-Produto também divulga resultados de uma análise regional que mostra que,
de 2013 a 2022, o Sudeste foi a região que mais perdeu representatividade na
participação da receita líquida de vendas nacional. A principal região
industrial do país ainda lidera, mas seu percentual caiu de 57,8% para 55,0%.

Por outro lado, Centro-Oeste teve o maior crescimento, saindo de 5,6% para 7,4%.
O Nordeste também aumentou sua participação, de 9,5% para 10,5%. O Norte variou
de 6,4% para 6,6%, enquanto o Sul de 20,7% para 20,5%.

No que diz respeito aos produtos e serviços, nota-se uma concentração de receita
entre os principais produtos, principalmente no Norte e Centro-Oeste. “No Norte,
os principais produtos têm origem na extração de minerais metálicos e na
fabricação de produtos eletroeletrônicos na Zona Franca de Manaus, porém, nos
últimos anos, vem crescendo a produção de carne”, destaca Synthia. Em 2022, o
ranking da região ficou com minérios de ferro (20,2%); carnes de bovinos frescas
ou refrigeradas (6,6%); e telefones celulares (4,6%), que totalizaram 31,4% das
vendas da região.

No Centro-Oeste, com 7,4% do total da receita nacional, os destaques foram os
produtos da agroindústria: carnes de bovinos frescas ou refrigeradas (11,9%);
tortas, bagaços e farelos da extração do óleo de soja (9,8%); e adubos ou
fertilizantes com nitrogênio, fósforo e potássio (NPK) (6,7%), que, juntos,
somaram 28,4% das vendas da região.

No Nordeste, os dois principais produtos foram óleos combustíveis, exceto diesel
(6,1%); e óleo diesel (6,0%), que, somados, corresponderam a 12,1% do total da
receita da região. O terceiro produto foi automóveis, com motor a gasolina,
álcool ou bicombustível, de cilindrada maior que 1.500 cm³ ou menor ou igual a
3.000 cm³, cujo percentual foi omitido a fim de preservar o sigilo estatístico
dos informantes.

Os principais produtos do Sudeste foram os óleos brutos de petróleo (9,4%); óleo
diesel (4,1%); e minérios de ferro (3,1%), que totalizaram 16,6% da receita
industrial. “É a região onde estão localizadas as maiores bacias petrolíferas do
país, de Santos e de Campos, as principais refinarias de petróleo e o
quadrilátero ferrífero em Minas Gerais”, lembra a pesquisadora.

Fechando a análise regional, no Sul, os destaques vieram de óleo diesel (4,2%);
carnes e miudezas de aves congeladas (2,9%); e de adubos ou fertilizantes com
nitrogênio, fósforo e potássio (NPK) (2,9%), que atingiram 10,0% da receita de
vendas na região.

Mais sobre a pesquisa

A Pesquisa Industrial Anual – Produto (PIA-Produto) investiga, anualmente,
informações referentes a produtos e serviços produzidos pela indústria nacional,
tendo por base uma nomenclatura preestabelecida, a Lista de Produtos da
Indústria (Prodlist-Indústria) elaborada pelo IBGE a partir da Nomenclatura
Comum do Mercosul (NCM) e da Classificação Nacional de Atividades Econômicas
(CNAE 2.0). Seus resultados constituem referência para o estudo pormenorizado da
composição da produção industrial e para a análise articulada dos fluxos de
produção interna e do comércio externo de produtos industriais.

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Fonte: http://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/40486-em-2022-minerio-de-ferro-perde-posicao-e-petroleo-bruto-se-torna-o-principal-produto-industrial-do-pais.html

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