Veja 5 cenas em que o pop/rock e o cinema se encontraram de maneira incrível

Há 70 anos, em 1955 o mundo do rock e o do cinema se uniram pela primeira vez. Foi quando “Blackboard Jungle” (“Sementes da Violência”) estreou nos cinemas dos EUA trazendo “Rock Around The Clock“, na voz de Bill Haley como seu tema de abertura.

Pode parecer inacreditável, mas essa música hoje totalmente inofensiva, causou uma revolução na época, com casais dançando nas salas de exibição e alguns membros da plateia mais exaltados destruindo os cinemas – e causando a primeira perseguição do gênero musical pelas autoridades.

O que ficou claro é que este era um caminho sem volta. Pelos anos seguintes o pop e o cinema passaram a andar de mãos dadas e nunca mais largaram.

Abaixo selecionamos cinco destes momentos em que cenas inesquecíveis foram criadas em função de grandes canções ao serem usadas com criatividade por seus diretores.

“Bohemian Rhapsody“, do Queen, em “Quanto Mais Idiota Melhor”

“Wayne’s World”, inspirado em um quadro do programa humoristico SNL, mostra dois garotos descerebrados que apresentam um programa de televisão diretamente do porão da casa de Wayne, vivido por Mike Myers. O filme estreou com sucesso nos EUA em fevereiro de 1992, três meses depois da morte de Freddie Mercury.

Um novo clipe, com cenas do longa intercaladas ao vídeo original, foi criado e entrou em alta rotração na MTV, revivendo a carreira do Queen nos EUA – o single voltou à parada em segundo lugar. Pena que Mercury não tenha vivido para ver tudo isso.

Quando a cinebiografia do Queen, chamada não por acaso “Bohemian Rhapsody”, foi feita, Myers ganhou um merecido papel no filme (ele é o diretor de gravadora que não acredita no sucesso da faixa).

“Tiny Dancer“, de Elton John, em “Quase Famosos”:

O diretor Cameron Crowe fez “Almost Famous”, de 2000, como um tributo ao rock dos anos 70 e à sua incrível história de vida de adolescente que se tornou repórter da Rolling Stone.

A cena com todos cantando “Tiny Dancer” logo se tornou bastante popular e apresentou a canção de 1971 para um novo público. Desde então, Elton nunca mais deixou de tocá-la nos seus shows e a canção já ganhou um disco quíntuplo de platina nos EUA.

“Silly Games“, de Janet Kay, em “Lovers Rock”:

Menos conhecida que as cenas anteriores, mas não menos impactante, esse é o momento mais inspirador do segmento “Lovers Rock”, parte de “Small Axe”, de 2020. Neste projeto, Steve McQueen, de “12 Anos de Escravidão”, criou cinco filmes para a BBC sobre a experiência dos negros imigrantes do Caribe, e seus descendentes, na Inglaterra.

“Lovers Rock” mostra a história de dois jovens que se encontram em uma festa de reggae, que toma praticamente toda a duração do longa, realizada em uma casa no subúrbio londrino. O momento em que todos cantam em transe “Silly Games” é daqueles que não se esquece.

? #fridayFeeling this house party scene from Small Axe (Lovers Rock) where the the music drops from Silly Games by Janet Kay and the crowd just sing is sublime #reggae …and yes that is the legend Dennis Bovell singing at about 30 seconds in ? ? pic.twitter.com/A3nCyqYNk7

— ♫♪ ωιѕєтυηα ♫♪ (@wisetuna) May 12, 2023

“Vienna“, de Billy Joel, em “De Repente 30”:

Billy Joel disse que começou a perceber que quando tocava essa música, nunca lançada como single, muitasas mulheres da plateia faziam “ahhhh”. Logo ele soube o motivo: a faixa era ouvida quase na íntegra em “13 Going On 30”, filme de 2004 que se tornou um clássico ao estilo “Sessão da Tarde”.

“Vienna” faz parte de “The Stranger”, o mais popular disco de Joel com venda superior a 11 milhões de cópias nos EUA, e foi usada no lado B do compacto com “Just The Way You Are“. Então não dá para dizer que sew tratava de uma canção totalmente obscura, ela só estava escondida, e coube ao diretor Gary Winick dar-lhe nova vida.

Hoje em dia, Joel pode se dar ao luxo de não cantar “Just The Way You Are” regularmente em seus shows. Já “Vienna” tornou-se presença obrigatória.

“Wise Up“, de Aimee Mann, em “Magnolia”:

A música que rendeu uma das cenas mais marcantes de “Magnolia”, o épico de Paul Thomas Anderson, de 1999, foi escrita por Aimee Mann para outro longa: “Jerry McGuire” (1996), mas acabou não sendo utilizada pelo diretor Cameron Crowe.

Anderson, era tão fã de Mann que chegou a dizer “Magnolia” era uma adaptação cinematográfica das canções da artista. Agora imaginem como a compositora se sentiu ao ouvir sua música sendo cantada por todo o elenco do filme no momento em que ele atinge o seu momento de maior tensão?