Nos Estados Unidos, a administração de Donald Trump tem gerado controvérsias ao reestruturar o acesso à informação e as relações com a imprensa. Uma das mudanças mais notáveis é a decisão da Casa Branca de permitir que influenciadores e criadores de conteúdo participem das coletivas de imprensa. Tradicionalmente reservadas a jornalistas, essa nova política atraiu mais de 12 mil solicitações de credenciamento de podcasters e influenciadores em poucas horas.
Simultaneamente, o governo está implementando alterações significativas nas estruturas de comunicação do governo federal. Um levantamento do New York Times revelou que cerca de 8.000 sites oficiais foram removidos, suspensos ou alterados. Entre os conteúdos afetados estão informações sobre saúde, incluindo dados cruciais relacionados ao HIV e a grupos LGBTQ.
Organizações de saúde expressaram preocupação com a retirada de informações científicas dos sites do governo, alertando sobre os riscos para a gestão de doenças. Para cumprir ordens presidenciais emitidas em janeiro, muitos sites foram temporariamente retirados do ar durante a revisão de suas políticas.
Além das mudanças digitais, a administração Trump está promovendo uma rotação nos veículos de imprensa com presença física em prédios públicos como o Pentágono, substituindo meios de comunicação tradicionais e críticos por canais considerados aliados, como a One America News Network e o Breitbart.
Esse cenário ocorre em meio a medidas mais amplas para integrar influenciadores nas comunicações governamentais e numa reconfiguração das plataformas de imprensa, um movimento que gera preocupação sobre as fronteiras entre informação imparcial e desinformação.
A substituição de figuras tradicionais da imprensa por influenciadores de redes sociais, muitos dos quais foram fundamentais para a vitória eleitoral de Trump, levanta preocupações sobre o espaço que a desinformação pode ocupar na narrativa pública americana. Observadores atentos indicam que a proliferação de vozes não treinadas em jornalismo pode representar desafios significativos para a veracidade das informações divulgadas nas coletivas oficiais.
Essa transformação nas relações com a mídia representa um marco significativo no cenário político atual e no acesso à informação, suscitando questões sobre a liberdade de imprensa e a influência das mídias sociais. Ao mesmo tempo, destaca a dicotomia entre inovação tecnológica e práticas jornalísticas tradicionais, ampliando o debate sobre o papel da imprensa no acompanhamento das administrações governamentais.
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