Aproveitando a brilhante performance de Timothée Chalamet como Bob Dylan em “Um Completo Desconhecido”, veja mais atuações em que os intérpretes encarnaram de maneira admirável os artistas da vida real.
Veja:
Kurt Russel e Austin Butler como Elvis Presley em “Elvis (1979) e “Elvis” (2022)
A vida de Elvis Presley foi uma das primeiras a ser levada às telas em forma de filme ainda em 1979, apenas dois anos depois de sua morte. Quem viveu o Rei do Rock foi Kurt Russell, no papel que colocou sua carreira em um novo patamar.
Feito para a televisão, e dirigido pelo mestre do horror John Carpenter (de “Halloween”), “Elvis” foi indicado ao Globo de Ouro de melhor filme feito para a televisão e Russell concorreu ao Emmy.
Em 2022 foi a vez de Austin Butler assumir o papel de Elvis. O filme de Baz Luhrmann dividiu opiniões, assim como a performance de Tom Hanks como o empresário Coronel Parker.
Sobre a performance hipnotizante de Austin Butler não havia o que se falar – ele encarnou Presley à perfeição ganhando um merecido Globo de Ouro e uma indicação ao Oscar pelo trabalho.
Cate Blanchett como Bob Dylan em “Não Estou Lá”
“Um Completo Desconhecido” é um filme mais linear que conta apenas um primeiro momento na vida de Dylan: de sua chegada a Nova Iorque até o momento em que “traiu” a música folk em 1965 e merece ser visto nos cinemas (ele estreia nesta quinta-feira, 27).
Mais alegórico foi “Não Estou Lá”, de Todd Haynes. Lançado em 2007, o diretor quis mostrar que não havia apenas um Dylan, mas vários. Para isso ele convocou cinco atores para viver o cantor e compositor – cada um fazendo um papel baseado em uma de suas facetas, e atendendo por um nome distinto.
Resumindo: é um ótimo filme, mas, ao contrário de “Um Completo Desconhecido”, este funciona melhor para quem tem intimidade com o universo do músico.
Do quinteto, coube a Cate Blanchett viver “Jude Quinn”, personagem baseado no Dylan de 1965/1966. Em um de seus melhores papéis, a atriz foi indicada a diversas premiações, incluindo o Oscar de atriz coadjuvante.
Jamie Foxx como Ray Charles em “Ray”
O comediante Chris Rock brincou que os aparelhos que mantinham Ray Charles vivo foram desligados depois que a performance de Foxx nesta cinebiografia de 2004 foi vista (“Não precisamos de dois desses”). Apenas para manter a verdade histórica, lembramos que Charles morreu quatro meses antes da estreia do longa nos cinemas.
Graças ao seu esforço, Foxx levou o Oscar de melhor ator e “Ray” se transformou em um grande sucesso de bilheteria.
Rami Malek como Freddie Mercury em “Bohemian Rhapsody”
Mesmo tomando várias liberdades em relação à história de Mercury e do Queen, “Bohemian Rhapsody” (2018) estourou nas bilheterias e apresentou a música da banda para as novas gerações.
Em uma performance admirável, Malek conseguiu trazer Mercury, morto em 1991, de volta à vida e ganhou um merecido Oscar.
Val Kilmer como Jim Morrison em “The Doors”
O longa dirigido por Oliver Stone em 1991 foi criticado por exagerar na mitificação do líder dos Doors, morto em 1971 aos 27 anos. Apesar dos problemas, o filme reacendeu o interesse pela música da banda que passou a ser consumida não só pelos saudosos dos anos 60, mas também por um público que sequer havia nascido quando Morrison morreu. A performance do tipo mediúnica de Val Kilmer ainda impressiona.
Joaquin Phoenix como Johnny Cash e Reese Whiterspoon como June Carter em “Johnny & June”
Dirigido pelo mesmo James Mangold de “Um Completo Desconhecido”, “Johnny & June” teve Joaquin Phoenix fazendo a parte de Johnny Cash, lenda maior da música dos EUA e Reese Witherspoon como sua futura esposa de toda a vida June Carter.
O filme ganhou os Globos de Ouro de melhor ator, atriz e filme musical. No Oscar, quem saiu vencedora foi Witherspoon – Phoenix perdeu para Philip Seymour Hoffman, em “Capote”.
Lou Diamond Phillips como Ritchie Valens em “La Bamba”
Clássico da Sessão da Tarde e um dos grandes sucessos de 1987, “La Bamba” ajudou a resgatar a triste história de Valens, o primeiro roqueiro chicano. O cantor e compositor morreu em um acidente de avião quando tinha apenas 17 anos e um único álbum gravado.
Surpreende ver que quem acabou escolhido para fazer o papel de Richie foi um descendente de filipinos que já tinha 24 anos na época das filmagens. Ainda assim, Lou Diamond Phillips conseguiu passar grande credibilidade o papel. Quem assiste ao filme acredita totalmente que Lou é um adolescente de família latina.
Taron Egerton como Elton John em “Rocketman”
O galês Taron Egerton conquistou o cobiçado papel de Elton John nesta cinebiografia nada óbvia, e saiu-se muito bem. O filme usa realidade e alegoria para contar uma história de vida que nada teve de comum.
“Rocketman” chegou aos cinemas em 2019, logo depois da explosão de “Bohemian Rhapsody”. Ainda que não tenha feito quase 1 bilhão de dólares como a biografia de Freddie Mercury, ele faturou quase US$ 200 milhões, uma bela cifra,
Daniel de Oliveira como Cazuza em “Cazuza – O Tempo Não Para”
Apesar de nossa grande riqueza musical, até a chegada deste longa, o país não tinha uma grande tradição em contar a vida de seus ícones na telona.
O sucesso de “O Tempo Não Para”, onde Daniel de Oliveira brilha ao intrepretar o ex-vocalista do Barão Vermelho (1958 – 1990), ajudou a corrigir esta rota. Depois dele pudemos ver retratadas no cinema as vidas de uma série de grandes nomes: de Tim Maia e Elis Regina a Zezé Di Camargo e Luciano e Mamonas Assassinas.
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