terça-feira, março 18, 2025
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Abate de bovinos atinge recorde em 2024

O abate de bovinos registrou alta de 15,2% em 2024 e chegou a 39,27 milhões de cabeças abatidas, 5,17 milhões de cabeças a mais do que em 2023. Esse é o maior resultado obtido na série histórica da pesquisa. O recorde anterior havia sido em 2013 (34,41 milhões de cabeças). Os dados são dos resultados completos das Estatísticas da Produção Pecuária para 2024, divulgados hoje (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os abates de suínos e frangos também registraram recordes, com 57,86 milhões de cabeças de suínos, aumento de 1,2% em relação ao ano de 2023, e 6,46 bilhões de cabeças de frango, incremento de 2,7% em relação ao ano anterior.

A maior oferta de bovinos está atrelada a um elevado abate de fêmeas, que atingiu um recorde de 16,9 milhões de cabeças, com incremento de 19,0% em comparação a 2023, impulsionado por uma fase de baixa do ciclo pecuário, iniciada em 2022.

O aumento da atividade foi acompanhado das exportações recordes de carne bovina in natura (2,55 milhões de toneladas), registradas pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), e pela estabilidade no preço médio da arroba entre os anos de 2024 e 2023 (Cepea/Esalq). As exportações de carne de frango e de carne suína in natura também registraram recordes na série histórica da Secex, tanto em volume exportado como em faturamento em dólares.

“O fortalecimento da economia interna, melhoria das condições de emprego e renda, e a queda na taxa de desemprego que tivemos em 2024 alavancaram a demanda doméstica, contribuindo para o desempenho mais robusto do setor. A demanda Internacional por carne também cresceu significativamente. O Brasil ocupa as primeiras posições no ranking de países produtores e exportadores de carne, devido ao nosso rigoroso padrão sanitário”, explicou a gerente da pesquisa, Angela Lordão.

Foram registrados aumentos no abate de bovinos em 26 das 27 unidades da federação. Os acréscimos mais expressivos ocorreram em: Mato Grosso (+1,14 milhão de cabeças), Minas Gerais (+670,26 mil cabeças), São Paulo (+558,61 mil cabeças), Pará (+551,44 mil cabeças), Goiás (+472,65 mil cabeças) e Mato Grosso do Sul (+456,87 mil cabeças). Em contrapartida, a única queda registrada ocorreu no Rio Grande do Sul (-153,50 mil cabeças). Mato Grosso continuou liderando o ranking abate de bovinos em 2024, com 18,1% da participação nacional, seguido por Goiás (10,2%) e São Paulo (10,2%).

Abates de frangos e suínos atingem recordes

O abate de frangos alcançou 6,46 bilhões de cabeças em 2024, um incremento de 2,7% em relação a 2023, representando um novo recorde na série histórica. Foram abatidas 172,73 milhões de cabeças de frangos a mais em 2024, em relação ao ano anterior, com aumentos em 19 das 25 unidades da federação que participam da pesquisa. Paraná continuou liderando amplamente o ranking das UFs no abate de frangos em 2024, com 34,2% de participação nacional, seguido por Santa Catarina (13,8%) e logo em seguida por Rio Grande do Sul (11,4%).

Segundo Angela Lordão, o Brasil atende a uma grande demanda interna e externa por essa proteína. “Consumimos cerca de 65% da produção de carne de frango no país e o restante, cerca de 35% da sua produção, é enviado ao mercado externo. O Brasil, nesse caso, é o maior exportador mundial dessa proteína”.

O abate de suínos, com 57,86 milhões de cabeças de suínos, registrou novo recorde na série histórica. Foram 684,24 mil cabeças de suínos a mais em 2024, em relação ao ano anterior, com aumentos no abate em 14 das 25 unidades da federação participantes da pesquisa. Santa Catarina manteve a liderança no abate de suínos em 2024, com 29,1% do abate nacional, seguido por Paraná (21,5%) e Rio Grande do Sul (17,1%).

“Para a suinocultura, o Brasil tem aberto e ampliado mercados, como as Filipinas, reduzindo a dependência no mercado externo das importações pela China. Foi um bom ano para a suinocultura, com melhor margem para o produtor. O preço da carne subiu, e os custos com alimentação foram menores”, pontuou a gerente da pesquisa.

Abates de bovinos, frangos e suínos têm queda no trimestre e aumento no ano

Após recorde no abate de bovinos no 3° trimestre de 2024, superando a marca de 10 milhões de cabeças abatidas, no 4° trimestre de 2024, foi registada uma queda de 7,9% em relação ao trimestre imediatamente anterior, e alta de 4,4% em relação ao mesmo trimestre de 2023. O abate de frangos, no 4° trimestre de 2024, registrou queda de 1,1% na comparação com o 3° trimestre de 2024 e aumento de 5,5% em relação ao mesmo período de 2023. Já o abate de suínos, no 4° trimestre de 2024, representou queda de 4,6% na comparação com o 3° trimestre de 2024 e aumento de 0,9% em relação ao mesmo período de 2023.

Produção de ovos de galinha registra recorde

A produção de ovos de galinha, em 2024, foi de 4,67 bilhões de dúzias, um aumento de 10,0% em relação ao ano anterior. O total da produção anual é um recorde na série histórica da pesquisa, a única queda anual na produção ocorreu em 1996, considerando a série histórica iniciada em 1987. Mais da metade das granjas, 1.136 (53,7%), produziram ovos para o consumo, respondendo por 82,1% do total de ovos produzidos, enquanto 979 granjas (46,3%) produziram ovos para incubação, respondendo por 17,9% do total de ovos produzidos.

No 4º trimestre de 2024, a produção de ovos de galinha alcançou 1,2 bilhão de dúzias, correspondendo a um aumento de 12,4% em relação à quantidade apurada no mesmo trimestre de 2023 e crescimento de 0,2% sobre a registrada no trimestre imediatamente anterior. O 4º trimestre de 2024 apresentou a maior produção do ano, se comparado aos períodos anteriores, e foi também a maior quantidade já estimada pela pesquisa.

Aquisição de leite fica em segundo lugar na série histórica

Em 2024, os laticínios que atuam sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária captaram 25,38 bilhões de litros, acréscimo de 3,1% sobre a quantidade registrada em 2023. O ano de 2024 é o segundo ano de crescimento na aquisição de leite, após passar por dois anos de quedas consecutivas. A aquisição deste ano está em segundo lugar na série histórica sendo a maior desde o recorde de 25,64 bilhões de litros de leite observados em 2020.

Considerando a produção ao longo de 2024, o preço médio do litro de leite adquirido ficou em de R$ 2,61, um aumento de 7% se comparado ao preço médio das aquisições do ano de 2023 (R$ 2,44). Para além do crescimento dos preços no período, os laticínios registraram um aumento ainda maior entre os quartos trimestres de 2023 e 2024, na ordem de 31,4%, saindo de R$2,10 para R$2,76, respectivamente.

“Tivemos um ano que foi marcado por condições climáticas adversas. Houve seca severa e queimadas em partes do país, que ocasionaram queda na produção de algumas unidades da federação, além das enchentes do Rio Grande do Sul, que trouxeram prejuízos na produção. Mas, ao mesmo tempo, tivemos destaques positivos, como Minas Gerais e o Paraná. Foi o segundo ano de recuperação de aquisição de leite, após 2 anos de quedas consecutivas, e a segunda maior aquisição da série histórica desde o recorde de 2020. O aumento do preço do leite também contribuiu para a rentabilidade da atividade”, explicou a Gerente da pesquisa, Angela Lordão.

Em 2024, os curtumes investigados pela Pesquisa Trimestral do Couro declararam ter recebido 40,08 milhões de peças inteiras de couro cru bovino. Essa quantidade foi 16,8% maior que a registrada no ano anterior, e o mês de maior variação foi abril (+32,4%). No 4° trimestre de 2024, os curtumes declararam ter recebido 9,95 milhões de peças inteiras de couro cru bovino.

Mais sobre a Pesquisa Trimestral do Abate de Animais

O IBGE realiza trimestralmente as pesquisas estatísticas oficiais da conjuntura agropecuária, sendo elas a Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, a Pesquisa Trimestral do Leite, a Pesquisa Trimestral do Couro e a Produção de Ovos de Galinha. A periodicidade das pesquisas é trimestral, sendo que para cada trimestre do ano civil os dados são discriminados mês a mês.

A partir do primeiro trimestre de 2018, atendendo solicitações de usuários para acesso mais rápido às informações da conjuntura da pecuária, passaram a ser divulgados os “Primeiros Resultados” dessas pesquisas, para o nível Brasil, em caráter provisório. Eles estão disponíveis cerca de um mês antes da divulgação dos “Resultados Completos”. Os dados completos podem ser consultados no Sidra. A próxima divulgação, referente aos resultados do 1º trimestre de 2025, será em 11 de junho.

Fonte: Agência de Notícias – IBGE

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