quinta-feira, dezembro 26, 2024
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Produção industrial recua 0,5% em abril após dois meses em alta

A produção industrial recuou 0,5% na passagem de março para abril, interrompendo
dois meses consecutivos de crescimento, período em que acumulou expansão de 1%.
Com esses resultados, o setor ainda se encontra 0,1% abaixo do patamar
pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 16,8% abaixo do nível recorde alcançado em
maio de 2011. No acumulado do ano, o setor industrial cresceu 3,5%. Na
comparação com abril de 2023, houve avanço de 8,4%. Em 12 meses, a indústria
acumula expansão de 1,5%. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM)
divulgada hoje, 5, pelo IBGE

Apesar da taxa da indústria geral estar no campo negativo, há uma predominância
de resultados positivos, com três das quatro categorias econômicas e 18 dos de
25 ramos industriais mostrando expansão na produção.

Entre as atividades, a influência negativa mais importante veio das indústrias
extrativas, que recuaram 3,4% nesse mês, após avançarem 0,4% em março. Outras
contribuições negativas relevantes vieram de produtos alimentícios (-0,6%), de
coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,6%) e de
equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-2,6%).

“Entre os segmentos que mostram recuo na produção, há alguns com pesos
importantes, como o setor extrativo, que recuou 3,4% nesse mês, devido à queda
na produção tanto do minério de ferro como do petróleo; além do setor de
alimentos, que também teve queda de 0,6% em abril. Esses dois setores
representam cerca de 30% da estrutura industrial. Isso sem falar de outras
atividades importantes e que assinalaram taxas negativas nesse mês, como, por
exemplo, derivados de petróleo e biocombustíveis e equipamentos de informática,
produtos eletrônicos e ópticos. Mesmo com poucas atividades mostrando recuo na
produção, essas por conta de seus pesos, pressionam o total da indústria para o
sinal negativo”, analisa André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal.

Ele ressalta que o setor extrativo ainda tem um saldo positivo relevante nos
últimos meses e está acima do patamar pré-pandemia. Assim, trata-se de um início
de 2024 com menor intensidade, após um ano de 2023 caracterizado pelo
crescimento do setor, impulsionado pela maior extração do minério de ferro e do
petróleo.

“O setor de alimentos também teve bom desempenho em 2023. No curto prazo, em
janeiro e fevereiro havia crescido acumuladamente 1,2%. Apesar da queda de 0,6%
em abril, o saldo no ano ainda é positivo, e o setor está 6,9% acima do patamar
pré-pandemia, em fevereiro de 2020. Há quedas em alguns produtos importantes,
como carne bovina, mas é tão somente um movimento específico para o mês de
abril. No campo positivo, por exemplo, há crescimento em carnes de aves e de
suínos e no açúcar”, explica Macedo.

No campo positivo, o destaque é a indústria automobilística. Macedo ressalta que
o segmento já vem emplacando uma melhora do seu comportamento, à exceção do mês
anterior, no qual houve um recuo de 4,6%. Mas, ao longo dos outros meses de
2024, houve alta de 4,4% em janeiro, 3,5% em fevereiro e agora em abril a alta
foi de dois dígitos, 13,2%.

“Há uma melhora na produção recente de automóveis, caminhões, autopeças e
ônibus. E esse movimento está relacionado ao mercado doméstico, influenciado
pelo comportamento positivo do mercado de trabalho, com o aumento de pessoas
ocupadas e da massa de rendimentos; flexibilização da política monetária com
redução da taxa de juros; e queda da inadimplência. São fatores importantes e
que devem ser considerados para entendermos o maior dinamismo na produção do
setor de veículos automotores nos últimos meses. Mas vale ressaltar que o setor
ainda está abaixo do patamar pré-pandemia”, completa o gerente da pesquisa.

Indústria avança 8,4% frente a abril de 2023 

Na comparação com o mesmo período de 2023, setor industrial cresceu 8,4% em
abril de 2024, com resultados positivos em quatro das quatro grandes categorias
econômicas, 22 dos 25 ramos, 68 dos 80 grupos e 70,3% dos 789 produtos
pesquisados. Vale citar que abril de 2024 (22 dias) teve 4 dias úteis a mais do
que igual mês do ano anterior (18).

No fechamento do primeiro quadrimestre, o setor industrial avançou 3,5%, ante
queda de 1,0% em igual período de 2023. Vale destacar que o último quadrimestre
de 2023 havia crescido 1,0%.

“O acumulado do ano, para além de se situar no campo positivo, mostra uma
aceleração do movimento de crescimento que se dá de forma generalizada: bens de
capital, associado a investimentos, crescendo; bens consumos avançando; bens
intermediários, que concentra a matéria prima, também mostrando taxa positiva.
Comparando o último quadrimestre de 2023 com o primeiro de 2024 podemos
verificar esse maior dinamismo da produção industrial”, conclui Macedo.

Mais sobre a pesquisa 

A PIM Brasil produz indicadores de curto prazo desde a década de 1970 relativos
ao comportamento do produto real das indústrias extrativa e de transformação. A
partir de março de 2023, teve início a divulgação da nova série de índices
mensais da produção industrial, após reformulação para atualizar a amostra de
atividades, produtos e informantes; elaborar uma nova estrutura de ponderação
dos índices com base em estatísticas industriais mais recentes; atualização do
ano base de referência da pesquisa; e a incorporação de novas unidades da
federação na divulgação dos resultados regionais da pesquisa. Essas alterações
metodológicas são necessárias e buscam incorporar as mudanças econômicas da
sociedade. Os resultados da pesquisa também podem ser consultados no banco de
dados Sidra. 

A próxima divulgação, relativa a maio de 2024, será em 3 de julho. Os resultados
da pesquisa também podem ser consultados no banco de dados Sidra. 

Fonte: http://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/40266-producao-industrial-recua-0-5-em-abril-apos-dois-meses-em-alta.html

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