quinta-feira, dezembro 26, 2024
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IBGE divulga Guia de Campo a partir de excursão técnica aos planaltos do Paraná

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga, hoje (7), em comemoração ao Dia Internacional da Geodiversidade (6) uma publicação do Sistema Brasileiro de Classificação de Relevo (SBCR), da série Excursões Técnicas: Guia de campo da 1ª Reunião de Classificação de Relevo, nos planaltos do estado do Paraná.

“Pela primeira vez na história da Geomorfologia brasileira, foi organizada uma excursão técnica reunindo especialistas em relevo no País, com o objetivo de identificar, discutir e classificar em campo as formas de relevo adotadas pelo SBCR”, explicou a coordenadora técnica da publicação, Rosangela Botelho.

Idealizada junto ao 2º Workshop sobre o Sistema Brasileiro de Classificação de Relevo, realizado no Setor de Ciências da Terra, no Campus Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), na cidade de Curitiba (PR), a 1ª Reunião de Classificação do Relevo ocorreu nos dias 02 e 03 de março de 2023, entre o primeiro e o segundo dias daquele evento.

Promovida pelo Departamento de Geografia e pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFPR, a reunião teve como área foco os planaltos paranaenses. Ao todo, a I RCR contou com 26 participantes de 17 diferentes instituições, das regiões Sudeste, Sul, Nordeste e Centro-Oeste do País.

“Reunir grandes especialistas em relevo do Brasil em campo, diretamente em ambientes que a gente gostaria de conversar sobre aquele relevo, observando, vendo as feições, e podendo discutir a partir das visões e observações, foi um grande marco em termos da geomorfologia”, afirmou a geógrafa Rosangela Botelho.

Segundo Rosangela Botelho, o IBGE, no início, realizava muitas expedições de campo pelo País, fazendo investigações e mapeando o território, e isso se perdeu um pouco em anos mais recentes na história do Instituto.

“Com a 1ª Reunião de Classificação de Relevo, resgatamos um pouco disso, em um novo formato, e fortalecemos as parcerias que temos construído junto ao SBCR, com o Serviço Geológico do Brasil, com a União da Geomorfologia Brasileira e com os pesquisadores e universidades do País. Trocamos conhecimentos, experiências, conceitos e metodologias. O IBGE precisa estar aberto para conversar com a sociedade científica. Estamos nos aproximando da academia, para que nossos produtos sejam utilizados por eles”, concluiu.

O trajeto percorrido em campo na excursão deu-se ao longo de duas direções estratégicas. No primeiro dia, a partir de Curitiba, seguiu-se para oeste, até Guarapuava, atravessando o Primeiro Planalto, o Segundo Planalto e o Terceiro Planalto. No segundo dia, também a partir da capital, seguiu-se para norte, até o Parque Municipal Gruta do Bacaetava, em área de relevo cárstico; depois até o Morro da Cruz, para uma visão ampla do Planalto de Curitiba, e, por último, seguiu-se até os planaltos dissecados situados na região do Vale do Ribeira, no município de Rio Branco do Sul.

Rosangela explicou que o estado do Paraná é marcado por três planaltos. O estado tem também uma planície costeira e uma expressão de montanha, representada pela Serra do Mar. Mas, o que realmente marca o território do estado são os três planaltos. “Nossa primeira excursão teve como objetivo definir como podemos diferenciar esses planaltos no âmbito do SBCR”, ressaltou.

Rosangela explicou, ainda, que a inspiração para realização do evento neste formato vem das bem-sucedidas edições da Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos (RCC), promovidas pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS), com apoio de várias instituições vinculadas ao Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS).

Iniciadas em 1978, e com a 15ª edição prevista para esse mês no Vale do Amazonas, as RCCs têm sido referência para criação, atualização e adequação do SiBCS à variedade de solos existentes no País.

A 1ª Reunião de Classificação do Relevo (I RCR) adotou uma dinâmica de trabalho similar junto ao SBCR para construir as bases técnico-científicas e a história sobre a classificação do relevo no Brasil. Espera-se que reuniões futuras possam ser realizadas junto aos workshops sobre o SBCR ou de acordo com as necessidades identificadas pelo Comitê Executivo Nacional (CEN) e membros do SBCR e que este Guia de campo possa constituir uma referência sobre relevo de planaltos, para os diversos fins, como pesquisa, ensino e turismo científico.

“Pretendemos ganhar experiência com essa primeira Reunião para que possamos realizar outras em outras áreas do país, em outros relevos e com grupos maiores, para termos a diversidade de relevos do nosso país reconhecida e suas formas classificadas também a partir do campo, onde elas ocorrem. Registrar isso é registar a história da área ambiental do IBGE e da geomorfologia brasileira”, concluiu Rosangela.

Fonte: Agência de Notícias – IBGE

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