sábado, outubro 5, 2024
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Produção industrial avança em cinco dos 15 locais pesquisados em março

Cinco dos 15 locais investigados pela Pesquisa Indústria Mensal (PIM) Regional
avançaram na passagem de fevereiro para março, quando a produção industrial do
país cresceu 0,9%.
As maiores altas foram registradas no Pará (3,8%), Mato Grosso (2,5%) e Santa
Catarina (2,3%), enquanto Amazonas (-13,9%) e Paraná (-13,0%) mostraram recuos
de dois dígitos e os mais elevados nesse mês. No acumulado no ano de 2024, a
alta de 1,9% da indústria nacional foi acompanhada por resultados positivos em
16 dos 18 locais pesquisados. Os dados foram divulgados hoje (09) pelo IBGE.

“Observamos que mesmo com uma política monetária um tanto expansionista, com
corte na taxa de juros e número de contratações aumentando um pouco, ainda temos
um cenário de conjuntura que se reflete na cadeia produtiva. Por mais que a taxa
de juros tenha sofrido cortes, observamos ainda patamares elevados, o que
relativamente nos dá uma linha de crédito menos encarecida, mas ainda estreita,
devido a juros em patamares elevados, o que acarreta certa cautela na produção
industrial”, explica o analista da pesquisa, Bernardo Almeida.

A indústria paraense, com alta de 3,8%, se destacou entre as cinco localidades
que apresentaram crescimento na passagem de fevereiro para março, tanto com a
maior taxa positiva em termos absolutos quanto com a maior influência positiva
nos resultados.

“O setor que mais influenciou para esse desempenho foi o extrativo, que possui
muita influência na indústria local. Esse resultado vem após dois meses de
resultados negativos, que, por sua vez, aconteceram após um final de 2023 com
resultados positivos, indicando também que, em alguns momentos, pode se
arrefecer a produção conforme a estratégia de produção dentro do próprio setor”,
esclarece Almeida.

No mesmo sentido explicado pelo analista, Mato Grosso (2,5%) e Santa Catarina
(2,3%) assinalaram os outros avanços mais acentuados na passagem de fevereiro
para março, com o primeiro eliminando parte da queda de 3,6% verificada no mês
anterior e o segundo voltando a crescer após acumular perda de 3,6% nos dois
primeiros meses do ano.

Por outro lado, Amazonas (-13,9%) mostrou um dos recuos de dois dígitos e o mais
elevado nesse mês, interrompendo três meses consecutivos de crescimento na
produção.

“As principais influências nessa queda são do setor de equipamentos de
informática, de produtos eletrônicos e ópticos. É uma atividade bastante atuante
dentro da indústria amazonense por conta de alguns incentivos industriais no
setor. Essa queda vem após três meses de resultados positivos, quando o Amazonas
obteve ganho acumulado de 35,9%, alta também influenciada pelo mesmo setor.
Portanto, no mês de março, observamos mais um movimento estratégico de
arrefecimento da produção após três meses de crescimento”, pontua o analista.

O outro recuo mais intenso, também de dois dígitos, veio da indústria
paranaense, que apresentou queda de 13,0%. “Temos dois setores influenciando
essa queda: o de derivados de petróleo e biocombustíveis e o de produtos
químicos. Também é importante salientar que a indústria paranaense apresenta
essa queda em março após dois meses de resultados positivos, quando acumulou
ganhos de 3,9%”, diz Almeida.

Indústria recua em 11 dos 18 locais pesquisados em relação a março de 2023

A produção industrial do país caiu 2,8% na comparação com março do ano passado,
com resultados negativos em 11 dos 18 locais analisados pela PIM Regional.
Paraná (-12,6%) e Amazonas (-10,9%) assinalaram recuos de dois dígitos e os mais
acentuados nesse mês.

No Paraná, a queda foi influenciada, principalmente, pelo comportamento negativo
observado nos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis
(óleo diesel, querosenes de aviação e gasolina automotiva), veículos
automotores, reboques e carrocerias (automóveis, autopeças, caminhão-trator para
reboques e semirreboques e caminhões), produtos alimentícios (carnes e miudezas
de aves congeladas, bombons e chocolates em barras, carnes de suínos congeladas,
frescas ou refrigeradas, produtos embutidos ou de salamaria e outras preparações
de carnes de aves e rações), máquinas e equipamentos (máquinas para colheita,
tratores agrícolas, máquinas para perfuração e sondagem – usadas na prospecção
de petróleo, carregadoras-transportadoras e máquinas ou aparelhos para
agricultura, silvicultura e pecuária) e produtos químicos (fertilizantes
minerais ou químicos das fórmulas NPK, fungicidas para uso na agricultura, ureia
e desodorantes).

No caso do Amazonas, a explicação do resultado negativo está no comportamento
dos setores de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos
(unidades de memória, telefones celulares e televisores), bebidas (preparações
em xarope para a elaboração de bebidas para fins industriais) e coque, produtos
derivados do petróleo e biocombustíveis (gasolina automotiva e querosenes de
aviação).

Pernambuco (-6,3%), Região Nordeste (-5,7%), Mato Grosso do Sul (-4,3%), Minas
Gerais (-3,6%) e Bahia (-3,4%) também recuaram mais do que a média nacional
(-2,8%), enquanto Santa Catarina (-2,6%), Rio Grande do Sul (-2,1%), Maranhão
(-1,8%) e São Paulo (-1,6%) completaram o conjunto de locais com resultados
negativos.

Por outro lado, Rio Grande do Norte (16,3%) assinalou a expansão mais elevada
nesse mês, impulsionada, em grande parte, pelas atividades de coque, produtos
derivados do petróleo e biocombustíveis (óleo diesel e gasolina automotiva).
Goiás (7,0%), Espírito Santo (4,0%), Rio de Janeiro (3,1%), Mato Grosso (2,1%),
Pará (2,0%) e Ceará (0,5%) mostraram os demais resultados positivos para o
índice mensal em março de 2024.

O pesquisador do IBGE destaca ainda a diferença de calendário entre os meses
comparados no índice. “O mês de março de 2024 veio com um efeito calendário
bastante significativo, com três dias úteis a menos do que em 2023. Esse
resultado de -2,8% no índice nacional neste tipo de comparação foi muito
influenciado por isso, o que também foi observado nos resultados regionais”,
destaca o analista.

Acumulado no ano apresenta taxas positivas em 16 dos 18 locais pesquisados

O acumulado no ano de 2024, frente a igual período de 2023, mostrou expansão de
1,9% do setor industrial, com taxas positivas em 16 dos 18 locais pesquisados.
Rio Grande do Norte (24,1%) e Goiás (10,9%) assinalaram avanços de dois dígitos
e os mais acentuados no índice acumulado para os três primeiros meses do ano.

“Contextualizando, 16 dos 18 locais apresentaram resultados positivos após, no
mês passado, todos os locais apresentarem taxas positivas nesse tipo de
comparação. O resultado da indústria potiguar foi o maior em termos absolutos e
o sexto em termos de influência. O setor de derivados de petróleo foi o que mais
influenciou nesses resultados, principalmente, o aumento na produção de óleo
diesel e de gasolina automotiva. Vale salientar que a indústria potiguar é
bastante concentrada no setor de derivados do petróleo, o que nos ajuda a
explicar a importância dessa atividade para a indústria local”, analisa Almeida.

Mato Grosso (6,2%), Ceará (6,0%), Rio de Janeiro (5,9%), Espírito Santo (5,5%),
Amazonas (4,4%), Santa Catarina (3,5%), Bahia (3,3%), Rio Grande do Sul (3,0%),
Pará (2,3%), Mato Grosso do Sul (2,3%), Minas Gerais (2,2%) e São Paulo (2,1%)
também apontaram taxas positivas mais intensas do que a média nacional (1,9%),
enquanto Maranhão (0,5%) e Região Nordeste (0,4%) completaram o conjunto de
locais com crescimento na produção no índice acumulado no ano.

Por outro lado, Paraná (-1,9%) mostrou o recuo mais intenso no índice acumulado
para o período janeiro-março de 2024, pressionado, principalmente, pelas
atividades de veículos automotores, reboques e carrocerias (automóveis e
autopeças), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (óleo diesel
e querosenes de aviação) e máquinas e equipamentos (máquinas para perfuração e
sondagem – usadas na prospecção de petróleo, máquinas para colheita, tratores
agrícolas, carregadoras-transportadoras e máquinas ou aparelhos para
agricultura, silvicultura e pecuária). Pernambuco, com variação negativa de
0,1%, assinalou a outra taxa negativa no índice.

Onze dos 18 locais pesquisados apresentaram taxas positivas no acumulado nos
últimos 12 meses

O acumulado nos últimos doze meses, ao avançar 0,7% em março de 2024, permaneceu
mostrando crescimento, mas reduziu a intensidade frente ao resultado de
fevereiro (1,0%). Onze dos 18 locais pesquisados registraram taxas positivas em
março de 2024, mas onze apontaram menor dinamismo frente aos índices de
fevereiro. Amazonas (de 2,9% para -0,2%), Paraná (de 3,1% para 2,1%), Minas
Gerais (de 3,1% para 2,2%), Mato Grosso do Sul (de -0,1% para -0,9%) e Maranhão
(de -4,1% para -4,8%) assinalaram as principais perdas entre fevereiro e março
de 2024, enquanto Rio Grande do Norte (de 19,3% para 20,6%) e Goiás (de 7,6%
para 8,5%) mostraram os principais ganhos entre os dois períodos.

Mais sobre a pesquisa

A PIM Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo
relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativas e de
transformação. Traz, mensalmente, índices para 17 unidades da federação cuja
participação é de, no mínimo, 0,5% no total do valor da transformação industrial
nacional e para o Nordeste como um todo: Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Rio
Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de
Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso,
Goiás e Região Nordeste.

Os resultados da pesquisa também podem ser consultados no Sidra,o banco de dados do
IBGE. A próxima divulgação da PIM Regional, relativa a abril de 2024, será em 14
de junho.

Fonte: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/40019-producao-industrial-avanca-em-cinco-dos-15-locais-pesquisados-em-marco

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