A taxa de desocupação no país subiu para 7,9% no primeiro trimestre de 2024, um
aumento de 0,5 ponto percentual (p.p.) na comparação com o quarto trimestre de
2023. O crescimento foi acompanhado por oito Unidades da Federação (UF). Os
dados são do resultado trimestral da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua (PNAD Contínua), divulgada hoje (17) pelo IBGE.
Na análise das grandes regiões, a desocupação cresceu no Nordeste (aumento de
10,4% para 11,1%), no Sudeste (de 7,1% para 7,6%) e no Sul (de 4,5% para 4,9%),
ficando estável no Norte e no Centro-Oeste. “A maior parte das UFs mostrou
tendência de crescimento, embora apenas oito com crescimento estatisticamente
significativo. A única exceção foi o Amapá. Nas demais 18 UFs, a taxa ficou
estável”, explica Adriana Beringuy, Coordenadora de Pesquisas por Amostras de
Domicílios do IBGE.
O estado nortista, único com queda na comparação trimestral, saiu de 14,2% no 4º
tri de 2023 para 10,9% no 1º tri de 2024. Ainda assim, teve a terceira maior
taxa de desocupação do país, atrás de Bahia (14,0%) e Pernambuco (12,4%).
Registraram aumento na desocupação os estados do Acre, Bahia, Maranhão, Mato
Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina.
Rondônia (3,7%) e Mato Grosso (3,7%) ficaram estáveis e apresentaram a menor
taxa no período.
Já na comparação anual, no confronto entre 1º tri de 2023 e 1º tri de 2024,
nenhuma UF registrou aumento significativo. “Isso mostra que na comparação de
curto prazo, há influência dos padrões sazonais. Mas a trajetória de queda
anual, que já vem sendo observadas em outros trimestres, se manteve”, analisa
Beringuy. “O crescimento da taxa de desocupação do primeiro trimestre de 2024 na
comparação trimestral não invalidou a maioria dos indicadores do mercado do
trabalho na comparação anual”, complementa a pesquisadora.
Na comparação trimestral, rendimento médio cresce apenas no Sul
No primeiro trimestre de 2024, o rendimento médio habitual no país foi estimado
em R$ 3.123, crescendo tanto em relação ao 4º trimestre de 2023 (R$ 3.077)
quanto relação ao 1º tri de 2023 (R$ 3.004). Na comparação trimestral, apenas a
região Sul (R$ 2.475) apresentou crescimento, enquanto as demais tiveram
estabilidade. Já em relação ao mesmo tri do ano anterior, o rendimento cresceu
no Norte, Sudeste e Sul, com as demais em estabilidade.
A massa de rendimento médio mensal real de todos os trabalhos habitualmente
recebido foi de R$ 308,3 bilhões, estável ante o trimestre anterior (R$ 306,2
bilhões) e maior do que no 1º trimestre de 2023 (R$ 289,1 bilhões). Todas as
grandes regiões tiveram aumento da massa de rendimento em ambas as comparações.
Desocupação diminui em todas as faixas de tempo de procura
No primeiro trimestre de 2024, todas as faixas de tempo de procura por trabalho
mostraram reduções. Entre as pessoas que procuravam trabalho por dois anos ou
mais, o contingente caiu 14,5% frente ao último trimestre de 2023, indo de 2,2
milhões para 1,9 milhões. No entanto, em relação ao início da série histórica,
no primeiro trimestre de 2012, esse total de pessoas buscando trabalho por dois
anos ou mais era de 1,7 milhões, ou seja, um crescimento de 8,9% em 12 anos.
Desocupação segue maior entre mulheres, pretos, pardos e pessoas com ensino
médio incompleto
A pesquisa ainda aponta que as taxas de desocupação seguem maiores para
mulheres, pessoas pretas e pardas e aquelas com o ensino médio incompleto. Todos
esses grupos ficaram acima da média nacional (7,9%). No primeiro trimestre, essa
taxa foi estimada em 6,5% para os homens e 9,8% para as mulheres.
Quando analisada a taxa de desocupação por cor ou raça, a dos que se declararam
brancos (6,2%) aparece abaixo da média nacional, enquanto a dos pretos (9,7%) e
a dos pardos (9,1%) ficaram acima.
Já na análise por nível de instrução, a taxa de desocupação para as pessoas com
ensino médio incompleto era de 13,9%. Para os que tinham superior incompleto, a
taxa foi de 8,9%, mais que o dobro da verificada para o nível superior completo
(4,1%).
Mais sobre a pesquisa
A PNAD Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de
trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a
211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na
pesquisa, em 26 estados e Distrito Federal, integrados à rede de coleta de mais
de 500 agências do IBGE.
Em função da pandemia de COVID-19, o IBGE implementou a coleta de informações da
pesquisa por telefone a partir de 17 de março de 2020. Em julho de 2021, houve a
volta da coleta de forma presencial. É possível confirmar a identidade do
entrevistador no site Respondendo ao IBGE ou via Central de atendimento (0800
721 8181), conferindo a matrícula, RG ou CPF do entrevistador, dados que podem
ser solicitados pelo informante. Consulte os dados da PNAD no Sidra. A próxima divulgação da PNAD Trimestral, relativa
ao segundo trimestre de 2024, será em 15 de agosto.
Fonte: http://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/40109-desocupacao-cresce-em-oito-e-cai-em-apenas-uma-unidade-da-federacao-no-primeiro-trimestre-do-ano.html