O quinteto foi formado dentro de um programa que visa ensinar o jazz para jovens ingleses e acabou se tornando um improvável caso de sucesso na cena britânica – com shows solo na Wembley Arena, indicações ao Brit Awards, apoio da crítica e até um Mercury Prize – a primeira vez que o prêmio não foi para um disco de pop/rock.
As credenciais portanto eram altas. Restava ver como seria ao vivo e ali as surpresas não pararam. No palco, o Ezra Collective tem como principal missão fazer o público dançar e nada melhor para isso do que intensificar a influência do afrobeat nigeriano, já muito presente nos discos, e jogar o foco no ritmo – Femi e o seu irmão e baixista TJ Koleoso formam uma dupla poderosa.
Se em disco, o grupo tem eventualmente a participação de vocalistas convidados, no sábado (8) em São Paulo, a performance foi instrumental, ainda que as frases feitas por Ife Ogunjobi (trompete) e James Mollison (saxofone tenor) podem ser facilmente “cantadas” – eles estimulam o público a fazer isso. Resumindo: um show do Ezra não é uma típica performance de jazz.
Femi Koleoso já havia estado no Brasil em 2017 como baterista dos Gorillaz e a visita a São Paulo deixou marcas profundas no músico. Ele, de novo com auxílio da fã tornada intérprete, conta que visitou a (escola de samba) Vai Vai e a experiência mudou sua concepção musical – ele ainda citou artistas como Clara Nunes, Beth Carvalho, Gilberto Gil e atpe o MC Bin Laden, chamando a todos de gênios .
Como já era de se esperar, logo em seguida eles tocaram a música que fizeram em homenagem à cidade, chamada, claro, “São Paulo”.
O show apesar de ter várias músicas, 18, foi relativamente curto, com cerca uma hora e 20. Não que o público, saudavelmente multicultural, tenha se sentido lesado. Longe disso. Afinal foram 80 minutos tão intensos que o melhor era mesmo ir para casa, ou seguir na madrugada paulistana, para simplesmente voltar ao normal.
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